Alexandre Costa Pedrosa explica que o termo neuroatípico vem ganhando destaque nos últimos anos por representar uma nova forma de compreender as diferenças no funcionamento do cérebro humano. A expressão descreve pessoas cujos padrões neurológicos divergem do considerado “neurotípico”, ou seja, daquilo que a sociedade entende como funcionamento cognitivo e comportamental comum.
Neste artigo, você vai entender o que significa ser neuroatípico, quais são as principais condições associadas a esse termo e como essas diferenças influenciam a vida cotidiana e as relações sociais.
O que significa ser neuroatípico?
Ser neuroatípico significa ter um funcionamento cerebral diferente do padrão majoritário da população. Isso pode envolver aspectos cognitivos, emocionais, sensoriais ou comportamentais. O termo abrange uma variedade de condições, como autismo, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), dislexia, transtornos de aprendizagem, entre outras.
Essas diferenças não devem ser vistas como deficiências, mas como variações naturais da diversidade humana. Cada indivíduo neuroatípico tem suas próprias formas de pensar, sentir e interagir com o mundo, e compreender essas particularidades é fundamental para promover inclusão e respeito. Segundo Alexandre Costa Pedrosa, reconhecer e valorizar as diferenças neurológicas é essencial para combater o estigma e construir uma sociedade mais empática e acessível.
Quais são os principais tipos de neurodivergência?
A neurodivergência é o termo utilizado para descrever as variações neurológicas que diferenciam os indivíduos neuroatípicos. Embora existam muitas formas de neurodivergência, algumas são mais conhecidas e estudadas:
- Transtorno do Espectro Autista (TEA): caracterizado por diferenças na comunicação social, comportamentos repetitivos e hipersensibilidade sensorial.
- TDAH: envolve dificuldades em manter atenção, impulsividade e inquietação, mas também pode estar associado a criatividade e pensamento rápido.
- Dislexia: afeta a leitura e a escrita, mas não está relacionada à inteligência; pessoas disléxicas costumam ter raciocínio visual apurado.
- Discalculia: dificulta a compreensão de números e cálculos matemáticos.
- Dispraxia: interfere na coordenação motora e na execução de movimentos.

Para Alexandre Costa Pedrosa, essas condições não definem a capacidade de uma pessoa, mas indicam que ela pode processar informações e reagir de maneiras distintas, exigindo abordagens mais personalizadas em ambientes educacionais e profissionais.
Como ser neuroatípico afeta a vida cotidiana?
De acordo com Alexandre Costa Pedrosa, a vida de uma pessoa neuroatípica pode apresentar desafios específicos, principalmente em contextos que não foram pensados para acolher diferentes formas de funcionamento cognitivo. Em escolas, por exemplo, metodologias tradicionais podem não contemplar as necessidades de alunos com TDAH ou dislexia. No ambiente de trabalho, a falta de compreensão sobre a neurodiversidade pode gerar barreiras na comunicação, na produtividade e até no reconhecimento de talentos.
Já na vida social, pessoas neuroatípicas muitas vezes enfrentam dificuldades de aceitação e empatia, o que pode levar ao isolamento ou à ansiedade. Por outro lado, quando recebem o suporte adequado, essas pessoas demonstram habilidades únicas, como pensamento criativo, foco em detalhes e capacidade de solucionar problemas de forma inovadora. A inclusão e o respeito à neurodiversidade transformam não apenas a vida dos indivíduos, mas também o ambiente ao redor, tornando-o mais rico e colaborativo.
De que forma a sociedade pode ser mais inclusiva com pessoas neuroatípicas?
Construir uma sociedade inclusiva exige mudança de mentalidade e políticas práticas. A acessibilidade não deve se limitar apenas a aspectos físicos, mas também incluir adaptações cognitivas e sensoriais. Nas escolas, é fundamental implementar métodos de ensino individualizados, que valorizem as habilidades de cada aluno. No ambiente corporativo, empresas podem investir em treinamentos de sensibilização e ajustar seus processos para acolher profissionais neurodiversos.
O diálogo é outro elemento essencial. Compreender as necessidades e particularidades de cada pessoa promove respeito e colaboração, além de eliminar preconceitos. A educação emocional também tem papel central nesse processo, pois ensina empatia e incentiva a aceitação das diferenças. Como destaca Alexandre Costa Pedrosa, a inclusão começa quando passamos a enxergar a neurodiversidade como parte natural da humanidade, e não como uma exceção.
Autor: Amaury Benoit


