Jesse Eisenberg, o ator que interpretou Mark Zuckerberg no filme “A Rede Social”, expressou seu descontentamento em ser associado ao fundador do Facebook. Em entrevista à BBC News, Eisenberg afirmou que não deseja mais ser visto como alguém ligado a Zuckerberg, especialmente em um momento em que o executivo está tomando decisões controversas. Ele criticou a recente decisão da Meta de abandonar os checadores de fatos independentes, afirmando que isso pode aumentar a insegurança para muitas pessoas.
Eisenberg destacou que a mudança na política da Meta, anunciada em janeiro, é preocupante. A empresa decidiu substituir a verificação de fatos por “notas da comunidade”, onde os usuários comentam sobre a precisão das postagens. O ator enfatizou que essa abordagem pode tornar as pessoas ainda mais vulneráveis, especialmente aquelas que já enfrentam ameaças no mundo atual. Ele se mostrou alarmado com a falta de responsabilidade que vem acompanhando essas decisões.
O ator também comentou sobre as declarações de Zuckerberg, que afirmou que moderadores terceirizados eram “tendenciosos politicamente”. Eisenberg questionou o que os executivos de tecnologia estão fazendo com suas enormes fortunas, sugerindo que suas ações podem estar favorecendo discursos de ódio. Ele expressou sua preocupação como um cidadão, não apenas como alguém que atuou em um filme, ressaltando a responsabilidade social que essas figuras públicas têm.
A mudança na política de checagem de fatos da Meta ocorreu em um contexto em que Zuckerberg e outros líderes de tecnologia buscavam melhorar suas relações com o presidente Donald Trump. Trump e seus aliados criticaram a política de checagem de fatos da Meta, alegando que ela censurava vozes conservadoras. Após as mudanças, Trump elogiou a decisão de Zuckerberg, afirmando que a Meta havia “percorrido um longo caminho”.
Além disso, a Meta enfrentou um processo legal de Trump, que resultou em um acordo que fará com que a empresa pague cerca de US$ 25 milhões. O ex-presidente processou a Meta e Zuckerberg em 2021 após a suspensão de suas contas, que ocorreu após os tumultos no Capitólio em 6 de janeiro. Esse contexto legal adiciona uma camada de complexidade à situação, refletindo as tensões entre a plataforma e figuras políticas.
Atualmente, Eisenberg está promovendo seu novo projeto, “A Real Pain”, uma comédia dramática que ele escreveu, dirigiu e estrelou. O filme aborda a história de dois primos que viajam para a Polônia para homenagear sua avó falecida, que é inspirada na tia de Eisenberg. A obra foi filmada na casa onde sua família morava, trazendo um toque pessoal à narrativa.
O roteiro de “A Real Pain” recebeu uma indicação ao Oscar, assim como seu colega de elenco, Kieran Culkin. Eisenberg comentou sobre a importância de conectar-se a temas maiores e refletir sobre a vida moderna, que muitas vezes pode parecer hedonista. Ele acredita que é essencial que o filme tenha um toque de humor, pois isso ajuda a equilibrar a gravidade do tema abordado.
Por fim, Eisenberg, que também foi indicado ao Oscar por sua interpretação de Zuckerberg em “A Rede Social”, continua a se distanciar da figura que interpretou. Ele busca se concentrar em projetos que refletem suas preocupações sociais e pessoais, enfatizando a necessidade de responsabilidade e reflexão em um mundo cada vez mais complexo.